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A antiga Estação Ferroviária de Joaquim Távora, totalmente destruída por um incêndio em fevereiro de 2013, começou a ser reconstruída esta semana. Operários de uma empresa terceirizada da América Latina Logística (ALL), concessionária que explora a malha ferroviária no Estado, já trabalham na réplica do prédio original inaugurado em 1924, na então localidade de Affonso Camargo. A previsão é que a obra que vai substituir a antiga estação, tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual, esteja finalizada até março. 
O prédio, que completou 89 anos quando foi consumido pelas chamas, fazia parte de um pacote de seis estações que aguardavam restauração determinada por um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público Federal (MPF), Secretaria Estadual de Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) com a concessionária América Latina Logística (ALL) em maio de 2011. As outras cinco estações – duas em Jacarezinho, uma em Santo Antônio da Platina, uma em Joaquim Távora e uma em Bandeirantes – todas em alvenaria, já foram restauradas e entregues à União. 
A antiga estação foi construída em peroba, madeira de lei abundante nos primeiros anos de colonização da região. Atualmente, com a escassez do produto, o projeto foi adaptado para tábuas de cedro. A estrutura de 270 metros quadrados será erguida sobre o mesmo alicerce de alvenaria que resistiu às chamas. A obra chama a atenção de quem passa pelo trecho da linha férrea, próximo à Praça da Matriz. "Que bom que vão reerguer a estação, achei que nunca mais iam reconstruí-la. É muito importante para a preservação da nossa história", comentou a vendedora Maria Aparecida dos Santos, de 43 anos. 
O historiador Roberto Bondarik, nascido na cidade vizinha de Quatiguá e professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) no campus de Cornélio Procópio, comemorou o início da obra e destacou a relevância histórica do prédio. "A Estação Ferroviária de Joaquim Távora tem a sua importância na história do Paraná e do Brasil. Foi ali que, em 10 de outubro de 1930, soldados da Brigada Militar do Rio Grande do Sul que haviam aderido à Revolução enfrentaram outros da Força Pública de São Paulo que defendiam a legalidade da República. Aquele foi o primeiro combate da Revolução que conduziu Getúlio Vargas ao poder", detalhou. 
Bondarik ressaltou ainda que o prédio foi um importante centro de movimentação econômica e social da região. "A estação centralizava o principal meio de transporte e a comunicação telegráfica que permitiam a interação de Affonso Camargo, primeiro nome do município, com todo o País." Após receber o prédio, a prefeitura pretende instalar um museu no local, que não recebe trens há mais de duas décadas. O prédio será integrado a um parque ecológico que terá pista de caminhada, quadras esportivas e uma pista de skate. O município aguarda apenas o repasse da área pela União para iniciar as obras.
Celso Felizardo.

 
Postada no dia 2016-01-27 18:17:53









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