A Justiça da Comarca de Joaquim Távora absolveu na quinta-feira, 10, a auxiliar de cartório Vanessa Carmo de Moura da acusação de envolvimento com o tráfico de drogas. Segundo a denúncia, a funcionária do Cartório Civil da cidade privilegiava os integrantes de uma quadrilha com informações sobre expedições de mandados de prisão e de busca e apreensão durante as investigações policiais.
O caso corre sob segredo de Justiça, porém, no início de junho a Polícia Civil tornou pública algumas informações sobre as investigações da ‘Operação Faxina’, que desmanteleou a quadrilha responsável por um grande esquema de distribuição de drogas no município e em cidades da região.
O negócio era chefiado de dentro da Penitenciária Estadual de Londrina por Willian Massanares, e gerenciado em Joaquim Távora por uma servidora pública municipal que é tia de Vanessa. Para a Polícia Civil, a auxiliar de cartório informava a parente sobre decisões da Justiça, o que motivou o seu indiciamento e afastamento da função.
Vanessa foi desligada do cargo em maio, pouco depois do nascimento da filha, e desde então está sem trabalhar. Ela conta ter acreditado no esclarecimento do suposto envolvimento à polícia, e que jamais imaginava a possibilidade de perder o serviço. “Minha tia estava sendo investigada por envolvimento com drogas, e após uma operação policial em sua casa durante a noite ela me questionou quanto à legalidade da ação pelo fato de não existir mandado judicial. Trabalho no Fórum e sou acadêmica de Direito, e a respondi tecnicamente que não era legal. No entanto, a informação chegou distorcida ao delegado e motivou toda a confusão. Havia acabado de ganhar a minha filha quando perdi o emprego. Só eu e a minha família sabemos o que estamos passando com toda essa situação”, desabafa.
A auxiliar de cartório explica que jamais teve qualquer contato com processos criminais, e que apesar das acusações que classifica como infundadas sempre acreditou na decisão da Justiça. “O cartório que eu trabalhava era o cível, nunca tive acesso a documentos da área criminal. Foi isso que expliquei no meu depoimento ao delegado, e tinha plena convicção que tudo havia sido esclarecido. Porém, fui pega de surpresa com a notícia do meu indiciamento e que seria afastada do meu serviço. Mas sempre tive a consciência tranquila e confiança na minha absolvição. A Justiça foi feita!”, avalia. “Agradeço a minha família por sempre ter acreditado na minha inocência, e aos advogados Amanda Maria Alcântara de Almeida e Jhonatan de Souza Silva por me defenderem”, concluiu.
Por:Luiz Guilherme Bannwart/Tanosite.