Agindo após denúncia apresentada pelo Ministério Público e cumprindo determinação da Justiça, a Polícia Federal de Londrina destruiu na manhã desta segunda-feira (21) instalações que eram utilizadas para a realização de rinhas de galo na fazenda Ingazão. A decisão foi Vara Criminal de Andirá, que acatou a denúncia e determinou a destruição da edificação.
O Ministério Público apresentou à Justiça na quinta-feira, dia dez, denúncia contra 13 pessoas investigadas em operação realizada pela Polícia Federal sobre maus-tratos a animais através de rinha de galo realizada na cidade de Andirá, em imóvel construído na Fazenda Ingazão, às margens da rodovia BR-369. Entre os crimes imputados aos réus, estão quadrilha, maus-tratos, apologia de crime, comunicação falsa de crime e desobediência, além da contravenção penal de exploração de jogo de azar.
Em razão dessa operação da polícia federal foi instaurado Inquérito Civil que deu origem a Ação Civil Pública apresentada à Justiça na quarta-feira, 16, em face Serafim Meneghel, proprietário do local onde acontecia as rinhas, com o objetivo de impedir a promoção de brigas de galos na Comarca de Andirá e a condenação do requerido no pagamento de indenização em função dos danos ambientais extrapatrimoniais derivados da sua conduta. Na operação realizada pela polícia federal foram apreendidas 122 aves da espécie Gallus gallus domesticus, sendo 84 galos, 18 frangos, nove galinhas e dez pintos, além de fichas de apostas, cartazes sugerindo briga de galos, medicamentos veterinários, protetor de canela, protetor de bico, protetor de espora, esporas plásticas, esporas metálicas, material para transporte dos galos e materiais diversos vinculados à atividade de rinha. Foi constatado que o local foi construído exclusivamente para a realização das lutas.
Havia uma bilheteria, arena principal equipada com cronômetro digital, petrechos para fixação de bicos e esporas artificiais, duas arenas menores também equipadas, sendo que em todas as arenas foram encontradas manchas de sangue, sala de apoio, onde eram guardados diversos materiais referentes a rinha e galinheiros. Além disso, um restaurante à disposição do público.
Não bastasse a estrutura do local, foi constatada a crueldade com os animais que ali se encontravam, os quais estavam confinados em gaiolas, sofrendo maus-tratos, com diversos ferimentos e mutilações. Em decisão proferida no dia 17 de setembro último a Juíza da Vara Criminal recebeu a denúncia e determinou a destruição da edificação e tudo que lá estivesse relacionado com a realização da rinha de galo.
O local destruído pela PF havia sido construído especialmente para a realização das rinhas. Tinha bilheteria, arena principal equipada com cronômetro digital, outras duas arenas menores, salas de apoio e uma série de materiais utilizados na atividade ilícita. Havia também um restaurante à disposição dos frequentadores do lugar.
Meneghel é um fazendeiro folclórico na região e foi presidente do extinto time de futebol União Bandeirante.