Embora a agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de Jacarezinho não tenha aderido à greve dos servidores, o reflexo dela poderá ser sentido aos segurados que precisam realizar algum tipo de perícia. Segundo o médico, Marcelo de Oliveira, o atendimento de perícia deverá ser regularizado apenas depois do dia 15 de novembro. “Somos dois médicos para fazer as perícias e nenhum de nós aderiu à greve, mas como a parte administrativa da agência trabalhou de forma precária por causa de algumas adesões à paralisação dos servidores, os agendamentos acabaram se acumulando. Acredito que vamos até metade do mês de novembro para colocar tudo em dia, mas não há filas na agência. O prédio está cheio, mas não há filas”, disse.
Oliveira explicou, ainda, que para que não haja mais atrasos para a realização de perícias, a melhor medida foi priorizar o atendimento. “Vamos procurar atender aqueles casos em que a pessoa não pode ficar sem o benefício, porque não tem outra renda para sobreviver,como os trabalhadores afastados por doenças, acidentes, etc. Já as aposentadorias por tempo de contribuição, pensões, auxílio reclusão, em que o segurado não vive daquele dinheiro ou ainda esteja trabalhando, vão ter que esperar um pouco mais. Mas nossa meta é colocar tudo em dia o quanto antes”, disse.
O médico explicou que a agência de Jacarezinho atende cerca de 30 municípios da região, com uma população estimada em 200 mil pessoas. “Algumas dessas cidades, como Santo Antônio da Platina, têm agência, mas não tem peritos. Um terço de todo nosso atendimento aqui é relativo a Santo Antônio da Platina. Toda a procura recai sobre a unidade de Jacarezinho, que só tem dois médicos peritos. Nesses dias de greve, tivemos procura de segurados até de Ourinhos (SP), porque lá a unidade estava paralisada”, contou.
A agência de Santo Antônio da Platina, desde a sua inauguração, em maio de 2013, nunca contou com o atendimento de peritos. O médico Marcelo de Oliveira explicou que houve concurso para contratação de três profissionais, mas que não houve interessados. “Na época, a remuneração não era atrativa por causa da carga horária de 8 horas. A redução dessa carga horária, inclusiva, é uma das reivindicações dos peritos que ainda estão em greve”, comentou.
Greve nacional
No Paraná, a greve dos servidores do INSS durou 80 dias. Os peritos paralisaram o atendimento no início de setembro, e ainda não retornaram.
Os servidores encerraram o movimento na sexta-feira passada, e essa semana, realizaram serviços internos até quarta-feira, 30. As portas foram abertas ao público apenas ontem, 1º.
Texto:Gladys Santoro
Foto: Antônio de Picolli