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Os promotores que atuam na operação “Cheque em Branco” confirmaram nesta sexta-feira,16, que chegaram a solicitar à Justiça a prisão preventiva da ex-secretária executiva da Associação dos Municípios do Norte Pioneiro (Amunorpi), Tânia Dib, durante as investigações.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Proteção ao Patrimônio Público, promotora Kele Cristiani Diogo Bahena, o objetivo do pedido de prisão era impedir que a ex-funcionária da entidade fugisse, inclusive do País, ou que pressionasse testemunhas.

Apesar do pedido de prisão ter sido negado pela Justiça, os promotores conseguiram o deferimento de medidas cautelares que garantiram o recolhimento do passaporte de Tânia e o bloqueio de um veículo em seu nome. A informação foi repassada durante entrevista coletiva dos promotores que atuam no caso, na sede do Núcleo no centro de Santo Antônio da Platina.

Durante a entrevista, Kele Bahena, João Carlos Beffa e Ivan Barbosa Mendes explicaram que a operação “Cheque em Branco” foi dividida em etapas. A primeira fase se concentrou nas irregularidades apontadas pelo Ministério Público na contabilidade da Amunorpi e que beneficiaram diretamente Tânia Dib e sua filha Camila Dib Neimann, com a anuência dos dois contadores da entidade.

As irregularidades apontadas pelo Ministério Público geraram um desvio de recursos da entidade na ordem de R$ 267 mil usados para pagar despesas particulares de mercado, telefone, água, energia, de Tânia Dib e compras de roupas, sapatos, além de despesas em salões de beleza e restaurantes.  Conforme o promotor Ivan Mendes, o dinheiro da Amunorpi teria sido usado para comprar desde preservativos a cílios postiços.

As investigações geraram seis ações, três delas na esfera criminal, contra Tânia Dib e Luciano Matias Diniz, contador da Amunorpi entre 2010 e 2012, Adelita Sanches Garcia, atual contadora da entidade, e Camila Dib Neimann, filha de Tânia e acusada de se beneficiar dos desvios, segundo o MP. Os quatro também respondem a mais três ações na esfera cívil.

Os prefeitos Dartagnan Calixto Fraiz (Ribeirão do Pinhal), Guilherme Cury Saliba Costa (Tomazina), Edmar de Freitas Alboneti (Barra do Jacaré) e Athayde Ferreira dos Santos Júnior, o Taidinho (Wenceslau Braz) que presidiram a Amunorpi entre 2010 e 2015, assim como os ex-prefeitos Eduí Gonçalves (Guapirama), Luiz Antônio Liechocki (Siqueira Campos), Dilceu Bona (São José da Boa Vista) e Cláudio Rivelino (Joaquim Távora) foram denunciados nas três ações cíveis, já que segundo os promotores, nessa fase da investigação os prefeitos não agiram com dolo.

Novas fases

Conforme os promotores que atuam na operação, as próximas fases da operação “Cheque em Branco” deve culminar com pelo menos mais 11 ações criminais e cíveis. Nessas etapas a investigação vai se concentrar na participação direta dos prefeitos que administraram municípios que faziam parte da associação.

Os representantes do MP, que chegaram a apontar semelhanças da operação com a Lava-Jato, também vão investigar casos de prestadores de serviços à entidade, como o caso de uma profissional que atuava na área jurídica da entidade sem ao menos ser estudante de Direito.

Também há casos de servidores que atuavam em prefeituras da região, mas recebiam seus salários através da Amunorpi. Os convênios com consórcios, empresas e escritórios de assessoria também estão na mira do Ministério Público. Assim como os eventos públicos organizados pela entidade. 

Para promotores, Amunorpi não deve ser fechada 

Os promotores de Justiça Kele Bahena, João Carlos Beffa e Ivan Barbosa Mendes disseram nesta sexta-feira, 16, durante coletiva de imprensa na sede do Núcleo do Patrimônio Público que é necessário que a Associação dos Municípios do Norte Pioneiro (Amunorpi) não seja fechada definitivamente.

Segundo Joel Carlos Beffa, a Amunorpi tem papel fundamental no desenvolvimento e na solução por demandas dos 26 municípios que a entidade representa e que esta é a sua finalidade. “Ao longo dos anos a finalidade da Amunorpi foi desvirtuada. Não é função da Amunorpi intermediar negócios entre a prefeitura e empresa. A associação não é um agente da população. Esse papel é da prefeitura”, explicou o promotor.

Para ele, a Amunorpi deve ser mantida para encabeçar e reivindicar por exemplo, a duplicação da rodovia PR-092, que não sua opinião se transformou em um verdadeiro “matadouro humano”, levando-se em conta os acidentes que acontecem todas as semanas na rodovia, inclusive com mortes.

Ivan Barbosa Mendes também defende que a Amunorpi não deve fechar as suas portas. “O que é preciso fazer é se concentrar apenas em sua finalidade que é o desenvolvimento regional”. Para o promotor, a Amunorpi é uma instituição do Norte Pioneiro que precisa ser preservada, mas também fiscalizada porque é gerida com dinheiro público.

Kele Bahena disse que o objetivo das investigações foi moralizar a gestão da entidade e jamais fechar as suas portas. “Defendemos que ela seja mantida e que seja administrada com transparência”, disse a coordenadora do Núcleo. 

Fonte:Marco Martins/Tribuna do Vale.
 
Postada no dia 2015-10-17 06:47:27









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