O delegado Tristão Antônio Borborema de Carvalho, titular da 38ª Delegacia Regional de Polícia, indiciou nesta quarta-feira (4) a dona de casa Graziele Cristina de Oliveira, 20 anos, pela morte de seu filho de um ano e três meses, ocorrida no dia 26 de outubro, após o bebê ter sido espancado pelo padrasto, o segurança Henrique Araújo, 21 anos, na casa da família no conjunto Aparecidinho 3, em Santo Antônio da Platina. O inquérito policial foi concluído pela Polícia Civil e será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MP-PR) para decidir se Graziele será denunciada à Justiça.
A dona de casa foi indiciada por homicídio doloso consumado por omissão, pois segundo o delegado, ela poderia, e deveria agir para evitar a morte do filho. “Para a Polícia Civil, Graziele está diretamente envolvida na morte do filho, pois presenciou as agressões praticadas pelo padrasto (conforme confessou a uma conselheira tutelar) e nada fez para evitar a morte da criança. O padrasto espancou a criança e as lesões causaram sua morte, enquanto a mãe assistiu tudo sem intervir. Um dia após ser preso sob acusação pela morte do bebê, Araújo cometeu suicídio na cadeia. Em seu depoimento no inquérito, Graziele também mentiu ao afirmar que não presenciou o companheiro agredir o filho, fator que também contribuiu para o seu indiciamento. O caso está encerrado e será encaminhado ao Ministério Público”, detalhou Tristão de Carvalho.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a morte do bebê foi provocada por agressão física causada por instrumento contundente, lesões encefálicas, traumatismo craniano e politraumatismo. Em seu depoimento ao Conselho Tutelar, Graziele revelou ter assistido as agressões contra o bebê, e que só não denunciou o companheiro por temer pela própria vida e do filho mais velho (de 4 anos), que segundo ela, também era agredido constantemente pelo padrasto.
Texto:Luiz Guilherme Bannwart
Foto:Antônio de Picolli