O delegado Rubens José Perez, titular da 35ª Delegacia Regional de Polícia de Joaquim Távora, instaurou inquérito para investigar denúncias de supostos abusos de autoridade e tortura praticados por policiais militares do 2º Batalhão de Polícia Militar durante uma abordagem realizada no dia 1º de novembro no município. Um vídeo publicado nas redes sociais mostra um policial da Ronda Tático Motorizada (Rotam) golpeando um homem com um soco no rosto e depois o imobilizando. Na sequência, a vítima recebeu voz de prisão por desacato e resistência e foi encaminhada à delegacia, onde afirma ter sido torturada pelos policiais militares que a conduziram até a unidade.
De acordo com o delegado, no dia dos fatos ocorreu uma cavalgada na cidade e um grupo de pessoas que estava reunido em uma das avenidas do município foi orientada pela PM a procurarem outro local para se divertirem, pois estariam incomodando os moradores. Conforme Rubens Perez, o grupo atendeu a determinação policial e se concentrou na rua das Rosas, no bairro Centro de Eventos, porém, pouco depois a Polícia Militar chegou no local e deu voz de abordagem às pessoas.
Durante a ação da PM, dois homens foram detidos por desacato e desobediência, e conduzidos à delegacia, onde os policiais registraram o boletim de ocorrência. Os acusados, no entanto, assinaram um termo circunstanciado e foram soltos.
Esta semana, um dos envolvidos na ocorrência procurou o delegado Rubens Perez e apresentou um vídeo gravado por moradores que mostra ele sendo agredido por um policial da Rotam. As imagens mostram o PM desferindo um soco no rosto do morador, e depois o imobilizando com a ajuda de outros policias.
As agressões, segundo revelou a vítima em seu depoimento ao delegado, continuaram na delegacia, onde afirma ter sido torturada pelos policiais militares que o conduziram à unidade. A violência teria sido presenciada por um investigador da Polícia Civil, que pediu aos PMs que não agissem daquela forma.
O delegado informou que as investigações estão avançadas e devem ser concluídas em 30 dias. “Estamos ouvindo todos os envolvidos e o inquérito deve ser finalizado no prazo previsto. O investigador citado pela vítima está de férias, porém, deve prestar depoimento nos próximos dias para confirmar se a vítima realmente foi torturada pelos PMs, pois as imagens apresentadas revelam a agressão”, disse Rubens Perez.
Outro lado
O capitão Márcio Jaquetti, relações-públicas do 2º Batalhão de Polícia Militar de Jacarezinho, informou que foi instaurado um procedimento para apurar as denúncias, que poderão resultar na abertura de um inquérito policial militar (IPM) ou medidas administrativas. “Um levantamento de toda a situação já está sendo realizado. Estamos reunindo documentos, que irão definir qual procedimento será adotado. Assim que os trabalhos forem concluídos, o resultado será encaminhado ao Ministério Público”, disse o oficial.
Fonte: Luiz Guilherme Bannwart/ Tanosite.com