Os municípios de Santa Amélia – cerca de 4 mil habitantes - e Santa Mariana- mais de 12 mil- estão na lista da Secretaria Estadual da Saúde, divulgada na quarta-feira (02), que aponta as 21 cidades do Estado com maior índice de infestação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, com risco de epidemia. Além delas, outras 110 estão em estado de alerta.
A importância do controle do Aedes aegypti não se limita apenas à dengue. O mosquito também é responsável pela transmissão da febre chikungunya e da zika, uma nova doença relacionada ao surto de microcefalia no país.
Para a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, a situação é de alerta, pois agora existe uma tríplice ameaça. “O Aedes aegypti transmite três doenças graves, que vêm causando mortes e sérios problemas aos doentes em todo o país. Por isso, o momento é de focar na prevenção, eliminando todo tipo de criadouro do mosquito”, afirmou.
De acordo com o levantamento, é considerado de alto risco todo município que apresentar índice de infestação predial (IIP) superior a 4%. Isso significa que a cada 100 domicílios visitados pelas equipes de saúde, pelo menos quatro tiveram focos do mosquito.
Assim como em anos anteriores, as cidades em situação mais crítica estão nas regiões noroeste, norte e oeste do Estado. A chegada do verão e das altas temperaturas reforça ainda mais a necessidade de se intensificar as ações de combate ao mosquito, visto que o clima quente favorece a proliferação do inseto.
Fumacê – Junto às atividades de conscientização da população, para que as pessoas cuidem de suas casas e quintais, o governo estadual também desenvolve um trabalho de combate ao mosquito adulto, através das caminhonetes do fumacê.
Os veículos realizam a aplicação de inseticidas que matam o Aedes aegypti em sua forma adulta (alada), reduzindo os índices de infestação. “O Fumacê só é utilizado quando fracassou a eliminação dos criadouros. O ideal é evitar que as larvas se transformem em mosquitos e transmitam as doenças”, ressalta Ivana.
A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Dengue, Themis Buchmann, ressalta que este período que antecede o verão é ideal para que as prefeituras se mobilizem e organizem ações educativas junto à população. “Combater este mosquito é um dever de todos. É preciso que o poder público e a comunidade se unam para que as ações sejam mais efetivas, principalmente agora antes das férias”, disse.
Santo Antônio da Platina - O departamento de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde de Santo Antônio da Platina está com mais de 30 agentes nas ruas fazendo o Levantamento do Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRA) para uma avaliação da situação de infestação na cidade. De junho até esta semana, 43 moradores já foram autuados por manter em suas casas/quintais, criadouros do mosquito. Até agora, ninguém foi multado. A lei municipal que autoriza a autuação e posterior multa, foi aprovada em julho deste ano.
Dentro dos trabalhos de prevenção, os agentes da dengue estão preparando para dezembro um novo mutirão, para que os moradores possam retirar de suas casas tudo o que sirva de criadouro do mosquito.
Segundo a diretora do Departamento de Epidemiologia, Tânia Canto Bardal, no último mês foram registradas 12 suspeitas de dengue, mas nenhum caso foi confirmado.